terça-feira, 12 de junho de 2007

Geralmente falam que devemos contar uma história pelo começo. Mas quem de nós é capaz de dizer quando nossa história começou? Quem consegue lembrar tudo desde seu nascimento até hoje? O que viu primeiro. Se o médico tinha olhos claros ou escuros. Ou se era uma medica? Ou até mesmo uma parteira? Eu desafio qualquer um que ler a se lembrar.
É, eu achei que ninguém lembraria. Assim como Pedro não se lembra também. Muitas vezes ele não se lembra nem de como partes de sua vida começaram, não tão bem quanto gostaria. Algumas partes que se lembra, gosta de enfeitar, florear, usar citações de cinema. Como quando perguntam o que ele faz da vida e desde que assistiu “Closer – Perto demais” Pedro cita Dan, o personagem de Jude Law. “I’ve tryied to be writer, but I had no voice”. Depois da o mesmo sorriso de canto de boca e continua, “mas ao invés da sibéria (pronunciando com um demasiado sotaque inglês forçado sáibiria) fui parar no Iraque do Jornalismo, ou faixa de gaza ou seja lá o que for. Não redijo obituários, mas de certa forma falo da mesma coisa.” Pedro era jornalista de um jornal sensacionalista da capital paulistana. “Um pasquim como muitos diriam, embora isso não faça justiça aO Pasquim, um daqueles jornais que você torce e sai sangue”, acrescentava com uma risada forçada. Nunca foi muito contente com isso, aliás não era contente com muita coisa em sua vida mediana. Porque era isso que Pedro era, mediano. Medianamente inteligente, medianamente bonito, medianamente culto, medianamente esforçado, medianamente bem de vida. Até sua força de vontade era mediana. Todas as vezes que pensou de parar em fumar, o pensamento não duro mais que uma hora. Quanto ao seu vicio pior decorrente de seu momento de glória, melhor falarmos disso depois.